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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

André Lemos >

As mídias de massa são mídias de informação. As novas mídias de função pós-massiva são
mídias de comunicação, de diálogo, de conversação.

A esfera midiática que emerge no final do século XIX, como veremos mais adiante, cria o público e a opinião pública, fundamentais para as democracias modernas. Mas, ao instituir a difusão de informação homogênea, misturando fato com entretenimento, ao mesmo tempo em que cria, enfraquece a esfera pública, o debate, a conversa e, por conseqüência, a dimensão política. É a sociedade do espetáculo e das imagens, que mistura realidade ao entretenimento e que, de uma forma ou de outra, cria uma narcose dos sentidos.

A partir das últimas décadas do século XX surge, com as redes telemáticas mundiais e com a
popularização dos microcomputadores (a sociedade da informação), um novo formato de consumo, produção e circulação de informação que tem como característica principal a liberação do pólo da emissão, a conexão planetária (participação e colaboração) de conteúdos e pessoas e,
consequentemente, a reconfiguração da paisagem comunicacional (Lemos, 2003). Esta reconfiguração se dá pela instituição de um novo sistema (aberto, “todos – todos”, independente), que chamarei de “pós-massivo”, em tensão com o sistema clássico caracterizado pelo fluxo “um – todos” da informação para as massas.

Temos agora, neste começo de século XXI, um sistema infocomunicacional mais
complexo, onde convivem formatos massivos e pós-massivos. Emerge aqui uma nova esfera
conversacional em primeiro grau, diferente do sistema conversacional de segundo grau característico dos mass media. Neste, a conversação se dá após o consumo em um rarefeito espaço público. Naquele, a conversação se dá no seio mesmo da produção e das trocas informativas, entre atores individuais ou coletivos. Esta é a nova esfera conversacional pós-massiva.

pdf completo >
http://www.andrelemos.info/artigos/NovaEsferaConversacional.pdf

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