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sábado, 1 de maio de 2010


Conexão Wi-Fi: paga ou gratuita? Ambas.

27/05/2008, por Susan Stellin

A batalha entre o acesso pago à internet sem fio e o acesso gratuito está chegando a um empate. Ou, mais exatamente, parece que uma terceira variação está ganhando: a combinação de ambos. Um viajante deseja se logar em qualquer lugar que estiver sem ter que pagar por isso. Enquanto isso, hotéis, aeroportos e cafés buscam uma forma de pagar sua conta de internet, já que cada vez mais os usuários consomem grandes quantidades de banda.
A solução que está surgindo é oferecer ambos os sistemas, pago e gratuito, com a opção do serviço gratuito oferecer algo em troca; por exemplo, a exibição de anúncios, ou a assinatura de algum serviço ou programa de fidelidade. “Nossa posição é oferecer ao usuário uma escolha” afirma David Blumenfeld, vice-presidente da JiWire, que publica um guia on-line de locais onde há recepção de internet sem fio (hot spots). Esses endereços oferecem venda de anúncios para empresas que desejem aparecer nas telas dos computadores dos usuários que estiverem utilizando o sistema. “Não estamos falando de gratuito versus pago”, diz. “É gratuito e pago”.
A Starbucks é, provavelmente, o maior exemplo desse modelo. Em fevereiro, a empresa anunciou planos de mudar seu provedor para uso de internet em suas lojas nos Estados Unidos, do atual T-Mobile para a AT&T. Quando a AT&T iniciar os serviços, consumidores que utilizarem o cartão Starbucks uma vez por mês poderão obter duas horas diárias de acesso grátis. Se as pessoas optarem por pagar o acesso, custará US$ 3,99 mensais, pelo mesmo período, ou US$ 19,99 por mês para um plano de acesso ilimitado.
Sanja Gould, porta-voz da Starbucks, afirmou que seus clientes costumam gastar uma hora por dia utilizando a internet. A empresa vê a oferta de duas horas diárias como um “benefício extraordinário” aos clientes que usam o cartão. Em outras palavras, fidelidade tem seus benefícios, e atualmente o acesso à internet é um deles. A rede de hotéis Omni, que costumava oferecer acesso gratuito aos seus hóspedes, mudou para um sistema híbrido há um ano e meio. Agora, os clientes da rede americana podem usufruir do acesso grátis desde que se filiem ao programa de fidelidade do hotel, opção que surge logo que o hóspede tenta se conectar. A única alternativa é se dirigir ao lobby do hotel, onde o aceso é gratuito, ou pagar 9,99 dólares para o uso, no quarto, por um período de 24 horas.
Richard Tudgay, vice-presidente de tecnologia da empresa, citou o aumento de uso da internet como o maior motivo da mudança. “Passamos de 12% dos hóspedes usando a rede em 2003 para 46% em 2008”, diz ele, justificando a necessidade de fazer melhorias e reformas na rede para suportar a nova demanda. Dois terços dos usuários de internet da rede Omni já decidiram aderir ao programa de fidelidade, enquanto o terço restante optou por pagar pela utilização.
Como a Omni é uma rede pequena de hotéis, não se pode usar o formato adotado como uma tendência para as grandes redes hoteleiras. Empresas como a Marriott oferecem acesso gratuito nos hotéis com bandeiras cujas tarifas de hospedagem são menores, como Courtyard by Marriott, Residence Inn e Fairfield Inn, mas aplicam o sistema pago nos hotéis cuja hospedagem é mais cara. “Quando você fala de um hotel com 1.000 ou 1.500 quartos, há muitos complicadores envolvidos” afirmou John Wolf, da rede Marriott. “A infra-estrutura é mais cara para instalar e para manter”.
Os hotéis também têm maiores custos com os hóspedes que passam muito tempo on-line. O custo é muito menor em aeroportos e cafés onde o Wi-Fi, seja pago ou gratuito, está ganhando terreno. O Aeroporto Internacional de Denver mudou de um sistema pago para um patrocinado por anúncios em novembro. Desde então, houve um aumento de 600 conexões por dia para mais de 5.000. Além disso, o sistema gratuito utiliza softwares que filtram pornografia, nudez, conteúdo sexual e sites que possibilitam a navegação anônima. “Não queríamos ver uma criança olhando sobre o ombro de alguém navegando na internet, e sabe-se lá o que ele veria na tela”, afirmou Jim Winston, diretor de telecomunicações do aeroporto.
Por outro lado, o Aeroporto McCarran de Las Vegas parece ter encontrado outras formas de subsidiar o custo de sua rede wireless, que tem sido gratuita desde 2005, quando foi instalada. Os custos com o Wi-Fi são pagos com a receita dos patrocinadores das estações carregadoras de baterias de celular que estão espalhadas pelo aeroporto.

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